terça-feira, 10 de abril de 2012

FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL


Ângela Maria Back[1]
Resumo

Este trabalho visa compreender as concepções sobre a educação infantil, e também as fases do desenvolvimento da criança. A importância do lúdico, da brincadeira dos símbolos para o desenvolvimento dentro da escola. As fases de assimilação e acomodação no processo da aprendizagem, e também os estudos de Piaget e Vygotsky que fundamentam a pesquisa.
Palavra chave: educação infantil, fases do desenvolvimento.
"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos." ( Rubem Alves )

O objetivo deste texto e expor algumas reflexões sobre o desenvolvimento infantil, a importância desta fase, para seu futuro na vida escolar. Mostrar a importância do lúdico, do conto, da brincadeira em sala de aula, para que as crianças tenham vontade de aprender, ampliando seu conhecimento. A valorização do entorno e fases do desenvolvimento cognitivo, assimilação e acomodação no processo de aprendizagem, e alguns estudos de Piaget e Vygotsky.
Os brinquedos são elementos essenciais para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Desde bebê, a brincadeira constitui-se em uma atividade prazerosa e rica em aprendizados. Assim sendo, falar da infância é falar de um momento mágico, onde os sonhos tornam-se possíveis. As atividades lúdicas permitem à criança enfrentar desafios e problemas e as mesmas são fundamentais no contexto da Educação Infantil.
1.    Educação Infantil
A preocupação com a educação infantil ao longo dos anos, em relação a melhores condições e intenções aos seus sujeitos vem sendo estudo de pesquisa para que melhorem o desenvolvimento destes ao iniciarem sua vida escolar. E dever da família, da sociedade e do Estado assegurar a criança e adolescente o direito a educação, entre outros.
A educação infantil em creches e de crianças de zero a três anos, e em pré-escolas de quatro a seis anos, sendo esta etapa da educação infantil. Desde que surgiram as modalidades de educação das crianças foram criadas e organizadas para atender a objetivos e a camadas sociais diferenciadas, como as creches atendendo a crianças de pais com menos poder econômico, que trabalham fora, enquanto as pré escolas organizadas para filhos de classes media alta em escolas particulares.
A educação de crianças de 0 a 3 anos esta relacionada a cuidados com a saúde, a higiene e alimentação, e de 4 a 6 anos e a etapa de preparação que antecede a entrada no Ensino Fundamental. Em 1996 a Lei de Diretrizes e Base da educação nacional evidenciou a importância da educação infantil que passou a ser considerada como a primeira etapa da Edu. Básica, ou seja, atender as necessidades para o desenvolvimento das crianças dessa faixa etária, e contribuir para constituição de sua cidadania, aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais.
Uma questão que deixa a desejar refere-se a falta de incentivo, e profissionais aptos a atender as necessidades no que diz respeito a educação especial, em APAES e posteriormente o acompanhamento dos mesmos nas escolas. As crianças muitas vezes iniciam sua vida escolar sem ter brincado com crianças num grande grupo, isto já é um grande desafio, o desafio de conviver, dividir, ajudar, conhecer novos amigos. É preciso que o educador seja um facilitador e um guia nesta nova face escolar, um lugar para estar juntos. Uma nova escola cheia de luz, e claridade, com jogos, espaços para brincadeiras, ginásio, parque um lugar para brincar. Um espaço para conhecer e reconhecer-se, espaço que e dedicado para seu crescimento, um ambiente para identificar as diferenças e aprender a respeitá-las, onde possa esclarecer suas duvidas e construir seu conhecimento.
A criança também precisa o apoio da família, para enfrentar esta rotina em sua vida, com horários para cumprir e com algumas responsabilidades, tarefas, organização de seu material. O educador precisa usar metodologias que o aproximam do real para vida, como diferença de grande pequeno, redondo e quadrado, quantidades, cores estruturas lógicas, coisas palpáveis para sua compreensão. O lúdico a leitura, o teatro um espaço onde possa desenvolver sua imaginação ou aproxima-lo de sua realidade.

2. Fases do desenvolvimento, segundo Vygotsky e Piaget

Conhecer as fases do desenvolvimento da criança é fundamental, para que se possam observar seus limites, respeitando seu entorno e assim oferecer atividades para o seu melhor desenvolvimento. Vygotsky no processo de desenvolvimento começa usando as mesmas formas de comportamento que outras pessoas inicialmente usaram em relação a ela, isso ocorrem porque desde os primeiros dias de vida adquirem um movimento significativo próprio num sistema de comportamento social. Vygotsky, criou um conceito para explicitar o valor da experiência social no desenvolvimento cognitivo, segundo ele, há uma zona de desenvolvimento proximal, que se refere a distancia entre o nível de desenvolvimento atual, determinado através da solução de problemas pela criança sem ajuda de alguém mais experiente, e o nível de potencial de desenvolvimento medido através da solução de problemas, sob a orientação de adultos ou em colaboração com crianças mais experientes.
Piaget segundo, o conhecimento não precede de nem uma experiência única dos objetos , de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas. Piaget descreveu vários estágios do desenvolvimento e de acordo com suas teorias, cada estagio e constituído sobre as estruturas do anterior e isso significa que cada etapa superada e uma preparação para o estagio seguinte. Assim, a criança necessita de estimulação visual, auditiva e tátil para que sua inteligência se desenvolva. Devemos estimular nossos alunos, oferecendo atividades diversificadas, para que estes desenvolvam suas potencialidades. (...) O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. “Cria situações problemas”. ( Jean Piaget )
Piaget (1998) e Vygotsky (1989) desenvolveram estudos sobre aprendizagem e desenvolvimento que auxiliam a compreensão e norteiam o trabalho de educadores na educação infantil. Segundo Vygotsky (1989), “o desenvolvimento é um processo de internalizarão de modos culturais de pensar e agir”. Esse processo, segundo ele, “inicia-se nas relações sociais, em que os adultos ou crianças mais experientes, por meio da linguagem, do jogo, compartilham com a criança seus sistemas de pensamento e ação”. Incluir o jogo e a brincadeira na escola tem como pressuposto, o duplo aspecto de servir ao desenvolvimento da criança enquanto individuo, e a construção do conhecimento, processos que estão interligados. Brincar na escola é diferente de brincar em casa, por isso devemos discutir o brincar nas brincadeiras na escola, por isso é preciso pensar na brincadeira como elemento para integrar a atividade educativa, explorando sua importância, seus limites e a ação do educador na programação das atividades pedagógicas. Precisamos utilizar brincadeiras que contribuem para o desenvolvimento cognitivo da criança, não brincar para passar o tempo.
O desenvolvimento cognitivo da criança consiste de um esforço constante para se adaptar ao meio em termos de assimilação e acomodação.

1.1 Outros estágios

Para Piaget os estágios e períodos do desenvolvimento caracterizam as diferentes maneiras do indivíduo interagir com a realidade, ou seja, devem-se propor situações de aprendizagem compatíveis com o estagio atual de desenvolvimento cognitivo do aluno.
Segundo Piaget aprender é atuar sobre o objeto de aprendizagem para compreender e modificá-lo, a aprendizagem ativa, aprender é uma continua adaptação ao meio externo, aprende-se quando se entra em conflito cognitivo, ou seja, quando somos defrontados com uma situação que não sabemos resolver. O aluno se desequilibra frente ao novo e procura o equilíbrio, para alcançar lançamos mão de um complexo processo de adaptação. A adaptação e um processo pelo qual o sujeito adquire um equilíbrio entre assimilação e acomodação. A assimilação refere-se a introdução de conhecimentos sobre o meio e a incorporação de conhecimentos já existentes. Através da incorporação, a estrutura de conhecimento existente se modifica de modo a acomodar-se a novos elementos, tal modificação e denominada acomodação. O equilíbrio e o processo de organização das estruturas cognitivas num sistema coerente, que possibilita ao individuo a adaptação a realidade. E a partir deste entendimento que as situações de aprendizagem baseiam-se em jogos e desafios, nos quais o sujeita e defrontado com um problema novo para resolver.

2.1 Desafios da educação infantil

A educação infantil reserva vários desafios para estes alunos, como a falta de material pedagógico adequado, e metodologias diversificadas e inovadoras que os despertem o interesse. A criança muitas vezes inicia sua vida escolar sem ter brincado com crianças num grande grupo, isto já é um grande desfio, o desafio de conviver, dividir, ajudar, conhecer novos amigos. É preciso que o educador seja um facilitador e um guia nesta nova face escolar, um lugar para estar juntos. Uma nova escola cheia de luz, e claridade, com jogos, espaços para brincadeiras, ginásio, parque um lugar para brincar. Um espaço para conhecer e reconhecer-se, espaço que é dedicado para seu crescimento, um ambiente para identificar as diferenças e aprender a respeitá-las, onde possa esclarecer suas duvidas e construir seu conhecimento.
Desenvolver suas potencialidades, seus limites, receber o apoio da família, para enfrentar esta na rotina em sua vida, com horários para cumprir e com algumas responsabilidades. O educador precisa usar metodologias que o aproximam do real para vida, como diferença de grande pequeno, redondo e quadrado, quantidades, cores estruturas lógicas, coisas palpáveis para sua compreensão. O lúdico a leitura, o teatro um espaço onde possa desenvolver sua imaginação ou aproxima-lo de sua realidade.
Para este novo caminho é preciso muito empenho, dedicação, pesquisa e um estudo continuado para acompanhar as mudanças e poder oferecer uma educação diferenciada. A relação de afeto, carinho entre educador e educando é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, e o alcance dos objetivos propostos em sala de aula.

Considerações finais

Ao construir uma breve analise do trabalho sobre educação infantil, percebi a importância desta fase na vida de uma criança e os benefícios que os devidos incentivos trazem na vida destas na sua vida escolar. Os desafios, os medos para estas crianças ao iniciar sua vida escolar enfrentam, a importância de receber o devido cuidado e incentivo ao chegarem na escola. Conhecer o desenvolvimento e suas fases é necessário para realizar os estímulos adequados para seu aprendizado.
A importância de conhecer os estágios do desenvolvimento cognitivo torna-se necessária, pois eles fornecem indicadores para a definição da complexidade da situação, ou seja, devem-se propor situações de aprendizagem compatíveis com o estagio atual de desenvolvimento cognitivo do aluno. Para este novo caminho é preciso muito empenho, dedicação, pesquisa e um estudo continuado para acompanhar as mudanças e poder oferecer uma educação diferenciada.
A rotina do aluno de Educação Infantil deve levar em conta o contexto social que o envolve. Compreender o universo infantil exige habilidade, conhecimento e prática. Parece fácil e óbvio atender a esse público, mas é mero engano. Exige-se muito mais do educador do que apenas conhecimento teórico. É necessário que se tenha com clareza o que se busca desenvolver no aluno. O planejamento das ações pedagógicas na infância deve constituir-se um pilar para o processo de ensino e aprendizagem da criança. Os conteúdos pedagógicos que muitas vezes são colocados como prioridades necessitam ser revistos, uma vez que as crianças são seres espontâneos, dotados de várias habilidades.
Portanto, percebesse a importância do estudo da pesquisa e leitura para o educador, para que ele possa conhecer e aproximar-se das necessidades de seus alunos.
Referencias
AQUINO, Julio GROPPA. Livro, Erro e fracasso na escola.
PIAGET, Jean.Livro, A noção de tempo na criança. Editora Record.
ENDERLE, Carmen. Psicologia do desenvolvimento: o processo evolutivo da criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
LA TAILLE. Yves de et al. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
BRASIL, Ministério da Educação. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Vol. 3, 1998.





[1] Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância – UFPel/ UAB –Polo de Cerro Largo - RS