A Importância da Alfabetização e do Letramento na Expressão e Comunicação
Carla Inês Dillenburg¹
Resumo
O presente artigo reflete sobre a Alfabetização e o Letramento, dando ênfase a subtematica: "Aprender a ler e a escrever implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las (ou de associá-las), mas a possibilidade de usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural". Através desta temática e subtematica, apresentamos o impacto da alfabetização e do letramento na vida de cada pessoa. Também refletimos a diferença entre a Alfabetização e o Letramento, assim como a evolução da alfabetização, de um tempo em que a sociedade era constituída em grande parte por analfabetos e marcada por reduzidas práticas de leitura escrita, a simples consciência fonológica que permitia aos sujeitos associar sons e letras para produzir/interpretar palavras parecia ser suficiente para diferenciar o alfabetizado do analfabeto, para os tempos de hoje onde a alfabetização é apenas o passo inicial para sua longa trajetória, ou seja, o letramento. Estamos na era onde a educação é o bem mais precioso que o ser humano pode adquirir, exigindo-nos cada vez mais longos currículos de formações e aperfeiçoamento para que possamos competir no mercado de trabalho.
Palavras-chave: alfabetização; letramento; comunicação.
O objetivo deste artigo, é fazer uma reflexão em torno na importância da alfabetização e o letramento na vida de cada ser humano . A evolução da alfabetização de um tempo em que a sociedade era constituída em grande parte por analfabetos e marcada por pouca prática de leitura e escrita, o simples ato que permitia as pessoas associar sons e letras para produzir/interpretar palavras parecia ser suficiente para diferenciar o alfabetizado do analfabeto, para os tempos de hoje onde a alfabetização é apenas o passo inicial para sua longa trajetória, ou seja, o letramento. Também, a importância da alfabetização no dia a dia de cada ser humano, uma vez que o analfabeto hoje sofre muito com o preconceito social.
1. Alfabetização e letramento
Alfabetizar é em primeiro lugar um ato de amor, um ato de doação onde se passa para o próximo aquilo que um dia alguém também nos passou, ou seja, a capacidade de aprender a decifrar um emaranhado de letras juntas, pois é exatamente isso que significam as palavras para uma pessoa analfabeta, um emaranhado de letras.
A Alfabetização é um processo no qual o individuo assimila o aprendizado do alfabeto e sua utilização como código de comunicação. Esse processo não se deve resumir apenas na aquisição dessas atividades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de ler, mas a capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir o conhecimento. A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral.
O letramento é um fenômeno de cunho social, e salienta as características sócio-históricas ao se adquirir um sistema de escrita por um grupo social. Ele é o resultado da ação de ensinar e/ou de aprender a ler e escrever, e denota estado ou condição em que um indivíduo ou sociedade obtém como resultado de ter-se “apoderado” de um sistema de grafia. É fazer uso da alfabetização, colocá-la na prática. (http://construindoaescrita.pbworks.com/w/page/16397823/O-QUE-%C3%89-ALFABETIZA%C3%87%C3%83O-E-LETRAMENTO)
2. Evolução da Alfabetização
A trajetória da educação no país começa no periodo colonial com as primeiras relações entre Estado e Educação, em 1549, chegam os Jesuitas, chefiados pelo padre Manuel da Nobrega. Ja em 1759 houve a expulsão dos jesuítas (reformas pombalinas), passando a ser instituído o ensino Laico público, e os conteúdos baseiam-se nas Cartas Régias. Inumeras mudanças aconteceram até a pedagogia dos dias de hoje. É a partir de 1930, início da Era Vargas que surgem as reformas educacionais mais modernas. A primeira LDB é promulgada em 1946 (Lei nº 4.024/61), que instiga o desencadeamento de vários debates acerca do tema.
Ainda a algumas décadas passadas a educação era direito de poucos, como nossa região é colonizada por imigrantes e naquela época a grande maioria residia no interior, muitas crianças ouviam de seus pais “você não vai estudar, isso é só pra se perder”², as crianças estudavam até que fossem alfabetizadas e depois disso eram educadas, pelos pais, para a vida, as meninas aprendendo a fazer os serviços domésticos e os meninos para a lavoura e outros afezeres da produção tanto para consumo próprio como para venda. Essa era a cultura que se vivia em nossa região a poucas décadas atras. Hoje, temos nas palavras de Silvia Colleto a tradução do que vivemos: “Tão fortes são os apelos que o mundo letrado exerce sobre as pessoas que já não lhes basta a capacidade de desenhar letras ou decifrar o código da leitura. Seguindo a mesma trajetória dos paises desenvolvidos, o final do século XX impôs a praticamente todos os povos a exigência da lingua escrita não mais como meta de conhecimento desejavel, mas como verdadeira condição para a sobrevivencia e a conquista da cidadania”. É comum presenciarmos a volta aos estudos de pessoas idosas, não só por prazer de estudar, mas principalmente pela condição que a sociedade esta gerando, hoje podemos dizer que ja existe um preconceito para com os que não possuem o minimo de estudo. Empresas possuem como pré-requisito a exigência de no minimo o segundo grau completo e para determinadas vagas até o ensino superior, ou seja, quem quiser se manter e principalmente entrar no mercado de trabalho deve estudar, condição totalmente diferente daquela de apenas algumas decadas atrás.
3. A Alfabetização como Condição de expressão e Comunicação
“ A escrita é importante na escola, porque é importante fora dela e não ao contrario”, frase de Emilia Ferreiro que traduz a importância da alfabetização em nossas vidas. Permitindo que as pessoas leiam, escrevam, podendo inserir-se criticamente na sociedade, a aprendizagem da lingua escrita deixa de ser uma questão estritamente pedagógica para alçar-se à esfera política.
O que existe de fato são exigências sociais de formação de tipos concretos de pessoas na e para a sociedade. (Brandão, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo, ed. Brasiliense, 2006(coleção primeiros passos), pág. 71)
[...]
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destina. (Durkhein) (Brandão, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo, ed. Brasiliense, 2006(coleção primeiros passos), pág. 71)
[...]
A consciência do mundo e a consciência de si como ser inacabado necessariamente inscrevem o ser consciente de sua inconclusão num permanente movimento de busca. (Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo, ed. Paz e terra, 1996(coleção leitura), pág. 57)
[...]
Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra. Não posso estar no mundo de luvas nas mãos constatando apenas. (Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo, ed. Paz e terra, 1996(coleção leitura), pág. 77)
Assim, é a partir deste aspecto que nos tornamos alguém no mundo, que somos participantes e transformadores, não ficando a mercê do meio em que estamos inseridos, ou seja, de seus mecanismos ideológicos e naturais como se fossemos um simples sobre as águas do mar sendo levado para lá e para cá tal como as ondas bem entenderem.
4. Considerações Finais
Concluindo, a educação percorreu uma longa trajetória, desde o tempo dos primatas com a comunicação através dos desenhos até os tempos de hoje, onde ela é direito de todos e não é vista mais somente como objeto pedagógico e sim como base para política de convivência na sociedade em que estamos inseridos. Ser alfabetizado e letrado é uma questão de honra e sobrevivência, já que estamos num mundo cada vez mais competitivo em que se necessita da educação para se comunicar, expressar, trabalhar, etc. Enfim, pouco se faz sem a alfabetização.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo, ed. Paz e terra, 1996(coleção
Leitura), pag.77.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo, ed. Paz e terra, 1996 (coleção
Leitura), pag. 57
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo, ed. Brasili2006(coleção
Primeiros Passos), pag.71.
SILVA,Marcos Wendel Galindo da, Qual a importância da educação em nossas vidas?, http://construindoaescrita.pbworks.com/w/page/16397823/O-QUE-%C3%89-ALFABETIZA%C3%87%C3%83O-E-LETRAMENTO)
COLELLO, Silvia M. Gasparini. Alfabetização e letramento: Repensando o ensino da
Língua escrita. HTTP://www.hottopos.com/videtur29/silvia.htm
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¹ Aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia em EAD pela Universidade Ferderal de Pelotas.
² frase que minha mãe escutou de seu pai quando pediu para que ele a deixasse seguir com os estudos, um dos seus grandes sonhos.
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