terça-feira, 28 de junho de 2011

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

                                                                                   
 Clarice Claudete Koslowski Weiss[1]

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar uma reflexão sobre aspectos relativos às dificuldades de aprendizagem, bem como a importância da Psicopedagogia em estabelecer diretrizes para a resolução dessas dificuldades e a responsabilidade do educador em proporcionar o bom desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.

Palavra-chave: Dificuldade de aprendizagem.

O Objetivo da escola é promover a aprendizagem de “todos” os seus alunos para

que atuem como cidadãos. O sujeito que não aprende, não realiza as funções sociais da educação. Durante muito tempo, a criança com dificuldade de aprendizagem era encaminhada a um especialista para confirmar sua “normalidade”. Confome fosse o resultado desse diagnóstico, a criança era encaminhada para classes ou escolas especiais que ofereciam um ensino diferenciado, contudo todo esse processo de deslocamento consequentemente também vinha de encontro com um processo de desmotivação por parte da criança, pois estaria obrigada a se adaptar a um novo processo educacional, a um contato com novos colegas, com o intuito de sanar suas dificuldades, dificuldades essas em que todos os envolvidos no processo educativo estivessem atentos, observando se são momentâneas ou se persistem há algum tempo.

As dificuldades podem advir de fatores orgânicos ou mesmo emocionais e é importante que sejam descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo, percebendo se estão associadas a preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação, desordem, dentre outros, considerados fatores que também desmotivam o aprendizado.

A criança com dificuldade de aprendizagem não deve ser “classificada” como deficiente. Trata-se de uma criança normal que aprende de uma forma diferente. As escolas precisam fornecer às pessoas com dificuldades de aprendizagem uma educação apropriada, incluindo bons sistemas escolares, bons profissionais que se dediquem ao diagnóstico cuidadoso e ao atendimento remediador de qualidade. (Fonseca, 1995)


Vivemos num momento, onde as necessidades dos alunos vem a tona. A escola não pode ser apenas transmissora de conteúdos e conhecimentos, muito mais que isso, a escola tem a tarefa de reconstruir o papel e a figura do aluno, deixando de ser apenas receptor, proporcionando ao aluno que seja criador e protagonista do seu conhecimento. Levar o aluno a pensar e buscar informações para o seu desenvolvimento educacional, cultural e pessoal é uma das tarefas primordiais e básicas da educação. Para isso se fazem necessárias medidas urgentes e precisas, para a construção de uma sociedade inclusiva compromissada com as minorias, cujo grupo inclui todos os portadores de necessidades educativas especiais.
            Necessitamos assim, de uma escola que aprenda a refletir criticamente e a pesquisar. Uma escola que não tenha medo de se arriscar, com coragem suficiente para criar e questionar o que está estabelecido, em busca de rumos inovadores e em resposta às necessidades de inclusão. Cabe à escola encontrar respostas educativas para as necessidades de seus alunos. (Mantoan – 1997, pg 68).
Nesta busca constante, o processo pedagógico fica mais rico, proporcionando uma melhor qualidade de educação, assim sendo, todos se beneficiam e todos se enriquecem: alunos, professores, família e comunidade.
O professor precisa entender que seus alunos desenvolvem meios diferentes de aprendizagem e, por isso, às vezes utilizam caminhos que o próprio professor desconhece, para tanto, ele precisa ter sempre a oportunidade de socializar o seu saber específico, junto a outros profissionais, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino oferecido na escola, possibilitando o envolvimento desta equipe na busca de alternativas que minimizem as diferenças entre os alunos que possuem dificuldades no processo ensino-aprendizagem.
As dificuldades de aprendizagem devem ser levadas em conta, não como fracassos, mas como desafios a serem enfrentados, e ao se trabalhar essas dificuldades, trabalha-se respectivamente as dificuldades existentes na vida, dando oportunidade ao aluno de ser independente e de reconstruir-se enquanto ser humano e indivíduo.
O espaço pedagógico é um texto para ser constantemente lido, interpretado escrito e reescrito. Essa leitura do espaço pedagógico pressupõe também uma releitura da questão das dificuldades de aprendizagem. (Paulo Freire, 2003).

O profissional deve refletir constantemente a sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade, buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática com as crianças com dificuldade, a observação, o registro, o planejamento e a avaliação de forma diferenciada.
A escola deve garantir tempo e condições para que todos aprendam de acordo com o perfil de cada um, é preciso fazer adaptações curriculares de grande porte, garantindo o acesso e permanência de todos os alunos da escola. Abrindo espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas por professores, administradores, funcionários e alunos, pois são habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania.
“A inclusão inicia no resgate do aluno com déficit de aprendizagem e da escola de qualidade” (Penna Firme).
Só conseguiremos mediar as dificuldades de aprendizagem, quando lidarmos com nossos alunos de igual para igual, quando fizermos da aprendizagem um processo significativo, no qual o conhecimento a ser aprendido faça algum sentido para o aluno não somente na sua existência educacional como também em sua vida cotidiana.  
Não devemos tratar as dificuldades de aprendizagem como se fossem problemas insolúveis, e sim, desafios que fazem parte do próprio processo de aprendizagem, o qual pode ser normal ou não normal. Também há a necessidade de identificar e prevenir o mais precocemente possível essas dificuldades, de preferência ainda na Pré-escola.

Referências Bibliográficas

FONSECA, V. da. Introdução às Dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre/RS: Artes Médicas, 1995.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. 27 ed,, São Paulo/SP: Paz e Terra, 2003.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Ser ou estar, eis a questão: explicando o défcit intelectual. Rio de Janeiro/RJ, WVA, 1997.
SOARES, Dulce Consuelo R. Os vinculos como Passaporte da Aprendizagem. Rio de Janeiro/RJ. Caravansarai, 2003.

[1] Aluna do Curso de Pedagogia -Ead – Pólo Cerro Largo, Turma 02.

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