quinta-feira, 2 de junho de 2011

A INDISCIPLINA ESCOLAR

A INDISCIPLINA ESCOLAR
Os atos indisciplinares e sua correlação com o meio educacional.
Tatiani Bohnenberger[1]
Resumo
O presente texto expõe o tema indisciplina em evidência, relacionando-o com o meio escolar, onde compreendemos que surge o maior número de situações conflitantes entre os sujeitos que lá se encontram. Muitos educadores sofrem com atos indisciplinares devido a diversos fatores que tem aumentado este grande problema da educação. Queremos assim equacionar esta questão, visando contribuir com este trabalho evolutivo da sociedade.
Palavras-chaves: indisciplina; sujeitos; educadores; escola.

O propósito deste texto é refletir sobre os diversos aspectos que englobam a questão da indisciplina na escola, que conflita os sujeitos entre si, além de preocupar e muitas vezes corromper o planejamento de ensino. A partir de questões pertinentes vamos ampliar nosso campo de visão, dando margem ao entendimento da problemática que elencamos.
1. Compreensão a cerca da indisciplina
“A indisciplina não depende exclusivamente de um indivíduo: pressupõe a existência do disciplinador e do disciplinado em função de um objetivo, num determinado contexto. Em qualquer atividade que envolva seres humanos, temos de contar, também, com suas diversas personalidades e com o relacionamento estabelecido entre eles. O contexto da disciplina relaciona-se com o local, horário e valores culturais vigentes. [...] Sendo assim, as possíveis variáveis são inúmeras.” (TIBA, 1996, p.150)
Conceituar a palavra indisciplina visto toda a sua complexidade, nos remete então a somente julgar a palavra disciplina, que quer dizer boa ordem, respeito, um conjunto de regras que devem ser seguidas em determinadas situações.
Todavia temos fatores que contribuem e aumentam os atos de indisciplina nas escolas. São eles: base familiar desestruturada (campo conflituoso), problemas psicológicos e físicos, quebra dos valores morais e éticos da sociedade, reação provinda de aulas mal planejadas.
Sem nos determos em exemplificar e explicitar cada um destes fatores, que são de conhecimento dos educadores, vamos compreender que a indisciplina ocorre via motivo e momento, em que se dá a falta de um comportamento respeitoso e coerente à determinada regra estabelecida.
A escola torna-se assim um campo em que a indisciplina compara-se a erva - daninha, se não a cortamos logo, ela cresce e se espalha. Um aluno ao ver outro desrespeitar uma regra e não ser punido devidamente, entende que também pode infringí-la sem maiores conseqüências.
Os atos faltosos, de desrespeito, de contrariedade, muitas vezes acontecem de ambas as partes, docente e discente, o que exige uma orientação e direção escolar, bastante cautelosas e observadoras, pois, não se pode exigir o que não se oferta.
Um exemplo de instituição que mantém seus índices baixos em relação a indisciplina, é a escola Municipal de Ensino Fundamental Jacob Reinaldo Haupenthal, onde é oferecido o ensino desde a educação infantil até o quarto ano.
Nesta escola há um compromisso muito grande das educadoras em trazer para a sala de aula, o que o sujeito precisa ter como objeto de ensino para a construção de seu conhecimento, prestando também muita atenção nos demais fatores que proporcionam os atos indisciplinares.
Embora ocorra de diferentes formas e maneiras, a indisciplina está presente em todas as instituições de ensino, e isto, não pode ser visto somente como um fator negativo. São através de manifestações supostamente indisciplinadas, que vamos elaborando novos conceitos e nos aperfeiçoando, mudando nossa maneira de ser.
2. Educadores: o que fazer?
A aceitação dos problemas vigentes na escola mostra-se o primeiro passo a ser dado. Conhecer o entorno escolar, a cultura, o meio econômico de sobrevivência, a religião, a língua dos sujeitos estabelece certa intimidade e cumplicidade com estes, causando uma ação que mostra preocupação e interesse do educador pelos seus educandos.  Porém, somente isto, não basta.
Quando o educador promove uma aula voltada ao interesse dos alunos e traz consigo o domínio (a sabedoria) do conteúdo, ocorrem raros “incômodos”! Uma aula movimentada com a articulação verbal e física dos sujeitos faz com que haja uma construção do conhecimento de maneira prazerosa.
Na escola anteriormente citada, vemos que a baixa dos índices de conflitos e contradições provêm destes pontos elencados, onde trabalha-se em prol de uma educação humanizadora, que se diferencia pelo modo de tratamento à bagagem de vida dos sujeitos que lá se encontram, fazendo da indisciplina um fator a somar na melhora da qualidade do ensino.
Contudo, devemos aceitar que a casos que fogem a nosso controle, como é o caso de viciados em drogas, doentes mentais (ex.: psicopatas), onde a excelência de uma aula não é suficiente a ponto de tocar positivamente estes alunos. Por estes é preciso fazer mais, a sociedade na sua totalidade precisa se voltar a tais questões, a fim de dar suporte aos educadores, para que um trabalho específico seja elaborado nestas situações.  
Com base nestas prerrogativas entendemos que o educador deve agir com autoridade, limites definidos e bom humor, proporcionando momentos de diálogo e trocas de experiência com os demais sujeitos que o cercam, consolidando a sua imagem positivamente. Além de, é claro, dar continuidade a bons planejamentos de ensino, ajudando na redução da indisciplina escolar.
3. Considerações finais
Vivemos em um país democrático, onde a liberdade de expressão é a maior conquista dos sujeitos desta sociedade. Sociedade, esta, que está em constante transformação devido ao diálogo e a manifestações eloqüentes cujos muitos educadores participam lutando por seus direitos.
Tendo esta visão, nos propomos a olhar a indisciplina, não somente de um âmbito negativo em nossas escolas, já que ela surge nos indicando que algo não está bem, não está correto e é preciso investigar, compreender para, a partir de então tomarmos medidas eficazes e coerentes nas mais diversas situações que nos encontramos, dando margem a trabalhos eficientes como os que ocorrem na escola Municipal de Ensino Fundamental Jacob Reinaldo Haupenthal, onde não se pode deixar que atos de indisciplina se manifestem e venham a ser deixados na ignorância para que se mantenham os baixos índices, florescendo uma educação humanizadora de alta qualidade.
Assim percebemos o processo de evolução da sociedade, que almeja um ensino qualitativo, evidenciado nas ações de educadores preocupados com as problemáticas da educação brasileira, a qual caminha lentamente rumo a excelência.

Referências
TIBA, Içami. Disciplina: o limite na medida certa. 36ª ed. São Paulo: Editora Gente, 1996.
COMTE – SPONVILLE, André. Pequeno tratado das grandes virtudes. Tradução Eduardo Brandão. 2ª ed. São Paulo: Editora WMF, Martins Fontes, 2009.
CERVANTES HERNÁNDEZ, José. Tocar os corações: educar a partir do amor. Tradução Arnaldo Mario Hillebrand. 1ª ed. Porto Alegre: Rede La Salle, 2010.


[1]  Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância (LPD), pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), através da Universidade Aberta do Brasil (UAB),  Pólo de Cerro Largo – RS.

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